Causo, dado como verídico, que aconteceu na Paraíba no começo da Revolução de 31 de março de 1964.
Assim que a revolução triunfou, chegou à pacata cidade de Junco do Seridó telegrama
enviado pelo general vitorioso ao Cabo Muriçoca, chefe do destacamento do lugar:"Prenda todos
os comunistas, em nome do Exército Nacional".
enviado pelo general vitorioso ao Cabo Muriçoca, chefe do destacamento do lugar:"Prenda todos
os comunistas, em nome do Exército Nacional".
Orgulhoso e ancho por tamanha distinção,o cabo reuniu a tropa, exibiu o telegrama como um troféu,
leu os seus dizeres e passou a indagar::
leu os seus dizeres e passou a indagar::
-Alguém aí sabe o que é "cumunista"?
Silêncio na platéia. Até que apareceu um soldado sarará, do beiço rachado, um olho aberto e o outro
fechado, para sugerir:
fechado, para sugerir:
-Seu cabo, na minha opinião, "cumunista" é cabra que come cu.
Aí o "delegado", com ares de quem descobriu o Brasil, ordenou:
-Se é assim, vamos invadir o cabaré de Maria Priquitim e prender todo individuo que estiver comendo cu.
Dito e feito. Chegaram logo quebrando portas, invadindo os quartos, pegando os casais "no bem bom".
Já tinham invadindo cinco quartos, quando no sexto encontraram um sujeito enrabando a quenga "Joinha".
O delegado não pestanejou:
-Teje preso seu cabra safado, "cumunista" , em nome do Exército Nacioná.
O pobre homem ficou logo de pimba mole, suando por todos os buracos, enquanto balbuciava:
-Mas seu delegado, eu não fiz nada...
-Fez, seu subversivo. Você tava cumendo um cu e quem come cu é "cumunista", esbravejou Muriçoca.
Ao pobre "cumunista" só restou uma explicação derradeira:
-Seu delegado, juro por minha mãe que está no céu: esta é a primeira vez que eu como um cuzinho.
O que eu sou mesmo, o senhor pode acreditar, é bucetista.
O que eu sou mesmo, o senhor pode acreditar, é bucetista.
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